GESTÃO DEMOCRÁTICA: ESCOLA
APROVADA.
Diante
de tantos problemas que são enfrentados no cotidiano escolar a Gestão
Democrática se tornou imprescindível para a construção de uma escola
suficientemente capaz de realizar a sua função social com dignidade e com eficiência.
Quando se pensa numa escola de qualidade, imediatamente se observa uma
administração democratizada e comprometida com a formação critica dos alunos.
A
Gestão Democrática significa a efetiva participação dos atores envolvidos na
comunidade escolar, bem como na tomada de decisões da escola. É ainda uma
postura política que incentiva a prática da cidadania e permite o
desenvolvimento de uma educação pública de qualidade. Como afirma Dourado
(1998, p.79):
“...convivemos com um leque amplo de
interpretações e formulações reveladoras de distintas concepções acerca da
natureza política e social da gestão democrática e dos processos de racionalização
e participação, indo desde posturas de controle social (qualidade total) até
perspectivas de participação efetiva, isto é participação cidadã.”
Dentro
desta perspectiva a Gestão Democrática valoriza os princípios da autonomia,
consciência crítica, cidadania e liberdade. Através destes princípios a escola
desperta em seus alunos a capacidade de realizar reflexões a cerca da realidade
na qual está inserido, podendo contribuir para uma transformação social de sua
comunidade.
Estes
princípios atribuem poderes imensuráveis para a escola, pois, a partir deles o
conjunto da Unidade Escolar se fortalece para o enfrentamento dos problemas
diários. Não é apenas o corpo administrativo da escola que precisa ter destaque
no ambiente escolar, mas todos os personagens possuem condições e o direito de
discutir, opinar, questionar desde que seja devidamente fundamentado e respaldado
com boas intenções.
Como afirma SOARES apud FERREIRA: Cegraf, pag. 320:
“Gestão Democrática do ensino com a participação de docentes, alunos,
funcionários e comunidade”.
Destarte,
para a efetivação desta proposta de gestão são necessário a implementação de
alguns mecanismos que possibilitam a viabilização desta atividade. Muitos
elementos podem contribuir sua efetivação tais como: conselho escolar,
associação de pais e mestres, grêmio estudantil e conselhos de classes. Muitos
são os mecanismos que podem ser utilizados, mas estes citados são fundamentais.
O conselho de classe se apresenta como uma
ferramenta poderosa no preparo e no treinamento da comunidade escolar para a
construção de uma gestão definitivamente democrática. Este mecanismo reúne
todos os representantes de cada segmento da Unidade Escola. Assim, pode-se
afirmar que a tomada de decisões se torna algo coletivo garantindo que todos os
anseios e expectativas sejam amplamente difundidos. Aqui é um espaço
significativo para que pais e funcionários sintam-se motivados a colaborar para
o sucesso do processo de ensino/aprendizagem.
Muitos
pais tem o desejo de vivenciar o ambiente escolar, porém, muitos não se sentem
parte deste ambiente. Lamentavelmente muitos pais entendem a escola de seus
filhos como um universo distante, paralelo à sua realidade. A bem dizer, uma
gestão que se preze deve motivar a criação de uma Associação de Pais e Mestres,
na qual pais e professores possam se relacionar promovendo um esforço coletivo
para fazer valer o seu direito de participante, e mais, de atores dentro deste
processo.
No
meio escolar costuma-se ventilar o discurso de que o aluno está sempre
desinteressado e alheio às atividades que são propostas em sala de aula. É
preciso tomar cuidado, devido ao fato de ser público e notório que o ser humano
é um ser político por natureza. Assim, surge uma importante ferramenta capaz de
permitir o engajamento das turmas na escola: o Grêmio Estudantil. Pensa em
democracia nas escolas públicas, significa inserir os alunos e animá-los a
exercitar a sua capacidade de reflexão e discussão em um ambiente de efetiva
participação.
Os
conselhos de classe constituem um espaço de avaliação e observação da evolução
do processo de aprendizagem. Estes conselhos, se realizados da forma correta,
podem ampliar as possibilidades de a escola adquirir o sucesso esperado em sua
missão. A Gestão Escolar que valoriza esta prática está indubitavelmente
praticando sua função social com louvor.
Existem
muitos outros mecanismos que podem colaborar para o projeto de implementação de
uma escola concentrada na aprendizagem dos seus alunos. Com criatividade e
dedicação a escola pode alcançar horizontes considerados inatingíveis. Basta
ter coragem para inovar e transformar.
A
Gestão Democrática é mais do que uma lei. É um imperativo que brota do desejo
de ver uma educação pública de excelência. É preciso criar uma consciência de
que o verdadeiro significado de “educar” é despertar o desejo pela participação
e pela busca incessante pelo conhecimento.
[1]DOURADO, L. F. A escolha de dirigentes escolares :
política e gestão
da educação no Brasil. In: FERREIRA, N. S.
C. (Org.). Gestão
democrática da Educação : atuais tendências, novos desafios.
São Paulo : Cortez, 1998.
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